A (des)qualificação do trabalho bancário na era neoliberal
A (DES)QUALIFICAÇÃO DO TRABALHO BANCÁRIO NA ERA NEOLIBERAL: UM ENFOQUE QUALITATIVO SOBRE O BANCO DO BRASIL Erika Batista1 Introdução O recorte destas breves reflexões a cerca do tema qualificação foi realizado a partir do trabalho “A fantástica fábrica de dinheiro na trilha do empowerment: o discurso gerencial do Banco do Brasil” 2, que a partir de uma caracterização histórica do modo de produção capitalista no século XX buscou contextualizar as práticas de organização do trabalho e os seus respectivos discursos gerenciais no bojo da mundialização do capital. Paralelamente, o impacto da reestruturação produtiva no setor bancário brasileiro, que por sua vez modelou a reestruturação bancária do país, principalmente a partir do Plano Real3. O objeto específico do trabalho se concentrou num estudo empírico realizado numa agência do Banco do Brasil SA (BB) e tentou analisar as tendências organizacionais mediadas pelo discurso gerencial do Banco e pela prática efetiva de trabalho, a fim de verificar a suposição de uma contradição inerente ao discurso gerencial, traduzido na ideologia do empowerment4 em sua forma mais atual, e a sua respectiva realização pela prática de trabalho. O BB conta uma estrutura de grande porte, de abrangência nacional e internacional, e por ser uma instituição bancária que opera em regime de economia mista, no qual 70% de suas ações pertencem ao Tesouro Nacional, estabelece relações
Erika Batista. Mestre em Ciências Sociais pela Unesp/ Marília, Especialista em Gestão de Recursos Humanos e Psicologia Organizacional pela Umesp/SBC e Bacharel em Ciências Sociais pela Unesp/Marília. Contato: erikkabatista@gmail.com 2 BATISTA, E. A fantástica fábrica de dinheiro na trilha do empowerment: o discurso gerencial do Banco do Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista. Marília. 2007. 3 Vejam-se os estudos de MINELLA (1988; 1998), FILGUEIRAS, L. (2000; 2001). 4 O termo empowerment significa na língua inglesa, “the process of