a CULTURA
Como Lévi-Strauss, Laraia reafirma a existência de diversidade de modos de comportamento entre diferentes povos, citando os mais variados exemplos, dentre eles as preferências de alimentação, as proibições de uso de objetos, alguns costumes (formas de se realizar o parto de mulheres grávidas) e regras que são estabelecidas de acordo com gênero sexual ou idade (como o ato de votar que só é permitido a indivíduos acima de 16 anos). Até mesmo o riso é colocado em xeque, como atribuído de diferentes sentidos para cada sociedade. E acho que além disso, seu texto explora questões salientes que não estão expressas em Lévi-Strauss. Na parte II, “Como Opera a Cultura”, é revelado como a cultura interfere no plano biológico (fé ou crenças levando sujeitos a adoecerem e até morrerem, como é o caso do Banzo, o suícidio ou morte por coletividade). Também é dito que todos os indivíduos participam diferentemente de sua cultura, que nenhuma pessoa é capaz de participar de todos os elementos de sua cultura mas que para operar dentro do sistema, é necessário ter um conhecimento mínimo dela. Outra assertiva é a de que a cultura tem uma lógica própria, ou seja, que qualquer hábito cultural será coerente somente se analisado a partir do sistema a que pertence. Aqui aparecem os exemplos de porquê para algumas tribos indígenas os filhos só são considerados filhos do pai ou da mãe. Finalizando, faz-se menção à cultura ser dinâmica, analisando alguns processos de modificação constante nas culturas, como por exemplo, alteração dos padrões de beleza dentro de uma mesma cultura (troca de vestimentas em curto prazo de tempo).
Enfim, avalio as reflexões deste livro de Laraia como excelentes, que exceto pela crítica a seguir, teriam todo mérito e crédito. Fazendo-se uma leitura desapressada, daquelas em que não se aceita de imediato o que está sendo dito para poder não ser ‘contagiado’ pelo que está implícito, e para posteriormente poder fazer a reflexão a partir