A crise do sionismo
Peter Beinart é professor associado de jornalismo e ciência política na City University of New York, ex-editor do jornal estadunidense The New Republic e autor de mais dois livros afora o aqui resenhado: The Icarus Syndrome e The Good Fight. Os três são perpassados por uma defesa aberta do liberalismo político e por uma denúncia do abuso de poder estatal, em detrimento de direitos individuais. Liberal e sionista declarado, em sua mais recente obra – eminentemente política - Beinart faz uma reflexão crítica sobre o atual governo de direita em Israel, a comunidade judaica estadunidense e sua relação com o Estado judeu e “denuncia” o racismo inerente ao sionismo revisionista, a ocupação dos Territórios Palestinos e a política externa vacilante de Obama. Ao longo dos nove capítulos, o autor exalta a necessidade de se fortalecer o sionismo liberal tal qual defendido por Theodor Herzl face às suas correntes conservadoras e exclusivistas que exaltam o caráter étnico de Israel como Estado judeu, lesando as garantias democráticas presentes em sua declaração de independência e os direitos da população árabe. Tendo como eixo central essa dupla natureza do país – judaica/democrática - e as divergências das propostas sionistas, Beinart expõe as tensões envolvendo a comunidade judaica dos Estados Unidos e os agrupamentos políticos e entidades neste país e em Israel em torno do conflito na Palestina. A conclusão de Beinart é a de que, atualmente, o sionismo liberal tal qual vislumbrado por Herzl estaria ameaçado, diante da ascensão da direita em Israel e do apoio incondicional prestado por entidades judaicas estadunidenses, cada vez mais controladas por setores indiferentes ou avessos aos preceitos democráticos daquele país. Por isso a escolha do título: “A crise do sionismo”. Aos olhos do autor, enquanto entre as entidades judaicas estadunidenses estaria