A Crise de 1929
Durante os anos 20, uma enorme prosperidade havia tomado conta dos Estados Unidos. A renda per capita aumentou de US$ 660 para US$ 857, entre 1.921 e 1.929. Através de alguns outros dados tem-se a dimensão desse grande desenvolvimento dos anos 20. 1. Houve uma grande corrida da construção civil, a partir da segunda metade da década, que transformou a silhueta das cidades americanas, O Empire State Building tornou-se o símbolo máximo da prosperidade e do crescimento econômico. 2. Os oito milhões de veículos a motor de 1.920 tornaram-se 23 milhões em 1.930; Geladeira, fogões e rádios também se tornaram comuns nos anos 20, indicando a nova importância dos produtores de artigos elétricos. Os rádios, efetivamente, mal existiam em 1.920, dez anos depois, havia treze milhões deles. (cf. Roberts, J.M. América, 1920/29. In. História do Século XX. 1919/1934, São Paulo, Abril Cultural, 1974, p. 1219.) Esse era o cenário do desenvolvimento econômico que parecia levar a sociedade americana ao progresso material ilimitado. Entretanto, muito mais forte do que a prosperidade era a fragilidade da economia. As bases do desenvolvimento continham os germes da sua própria destruição. A demanda, ou seja, a procura dos produtos industrializados e o próprio crescimento da economia eram sustentados, principalmente, por uma expansão do crédito. Como afirma Roberts, “os Estados Unidos tinham uma grande quantidade de dinheiro para emprestar, e os americanos estavam ansiosos por fazer empréstimos. As compras a crédito tornaram-se ao mesmo tempo respeitáveis e familiares a todos. Apesar de uma desaceleração na taxa de crescimento econômico em 1.927, a prosperidade econômica parecia invulnerável e as pessoas desejavam dela compartilhar comprando coisas. Foi em 1928 que (o presidente) Hoover assegurou confiante, aos seus compatriotas que ‘estamos mais perto, hoje, do ideal de abolição da pobreza e do medo (...) do que jamais