A criatividade e a psicologia
A Psicologia aumentou seu interesse no estudo da criatividade a partir da década de 1950, quando vários trabalhos começaram a abordar a questão do potencial humano para a auto-realização, levando a uma busca pelas condições e fatores que facilitariam a sua expressão e novas soluções para os problemas enfrentados pela humanidade (Alencar, 1996b). Entendemos que, segundo Alencar, um dos motivos desencadeadores desse súbito interesse foi o discurso de Guilford, ao assumir na época a presidência da American Psychological Association,enfatizando a falta de estudos sobre esse tema. Essas conjunturas levaram diferentes componentes que se supunham favorecedores da criatividade a se tornarem objeto de inúmeras pesquisas realizadas sob os mais diversos enfoques teóricos. Desde então, estuda-se como ocorre o processo criativo, o produto criativo resultante, o perfil de personalidade do indivíduo criativo e as características do ambiente sócio-econômico, educacional e familiar que permitem ou mesmo deflagram a eclosão da criatividade. Wechsler (1999),fez um recente estudo sobre como as abordagens comportamental, gestáltica, psicanalítica, humanista e cognitivista contribuem para a avaliação e a compreensão da criatividade.
A criatividade aponta certa dificuldade de se obter uma definição única, pois existe um amplo campo de pesquisa. Assim, algumas definições tocam em pontos importantes.
Ostrower (1987), por exemplo, concebe a criatividade como inerente à condição humana. Todos são criativos, em graus diferentes. Assim, criar é basicamente dar forma a algo novo, o que pode acontecer no campo das idéias, quando se busca compreender um fenómeno, fazer novas relações entre eles, compreende-los em termos novos. Esta compreensão, por sua vez, abrange a capacidade de relacionar, ordenar, configurar, significar. O homem cria, não só porque quer, mas também porque precisa, pois como ser humano ele só pode crescer coerentemente, ordenado, dando forma, criando, de forma