A Crian A Mal Acolhida E Sua Puls O De Morte

A Criança Mal Acolhida e Sua Pulsão de Morte

Tinha-se a ideia de que quando o indivíduo vinha ao mundo, a pulsão mais forte seria a pulsão de vida, achando que a pulsão de morte só surgiria quando o indivíduo chegasse ao fim da vida por meio da idade e do tempo, mas observou-se que não ocorre dessa forma. Quando uma criança não se sente acolhida pelos pais, não se sente amada e querida entre sua família, essa criança passa a desenvolver um desapego maior pela vida, como se o sentido inicial de viver não existisse, crescendo sem os impulsos positivos para a vida, resta querer ir embora do mundo. Geralmente esses indivíduos que não se sentiram amados e acolhidos pela figura materna, desenvolvem um desejo pela morte que as acompanham durante o decorrer de suas vidas, fazendo com que qualquer conflito que surja até mesmo na vida adulta possa desencadear uma vontade de morrer. Freud associou a epilepsia com a tendência para a autodestruição. Sándor Ferenczi observou de forma inteligente casos de pessoas que sofreram crises epilépticas após passarem por momentos desagradáveis, trazendo a ideia de que a vida não vale a pena ser vivida, porém não disse nada definitivo quanto a natureza desses ataques. Foi observado também o caso de uma jovem com problemas com álcool que descobriu-se ser um caso de repulsão pela vida. Sándor expõe a importância do crescimento de uma criança em um lar na qual se sinta querida e desejada, crescendo com amor e ternura para que não desencadeie nelas pulsões de destruição. O tratamento para esses indivíduos consiste em introduzir as pulsões positivas pela vida com demonstrações de afeto, carinho, cuidado e motivos para perseverar em viver, trazendo assim o desejo e o prazer pela vida, retirando as barreiras que os impedem de ter satisfação na vida.