A corte na américa
O ano de 1800 foi decisivo na constituição do mundo contemporâneo, mais especificamente com a Revolução Francesa em 1789 que, com as conquistas de Napoleão, refazia-se o mapa da Europa e implantavam-se novos valores da Revolução. Aparecia o indivíduo, que até então era identificado somente por tradições e costumes, pensamentos religiosos, num mundo de rotina e convenções. Napoleão com suas conquistas e glórias, trazia a fama e o poder da individualidade. Ao ingressar no século XIX, a Europa trazia novos conceitos sobre ciência, filosofia, abandonando uma sociedade estática e secularizando-se, confiando mais no indivíduo, material e espiritualmente. Abandonava-se o tradicionalismo social e político do Antigo Regime, ainda em vigor nas antigas monarquias européias. A Revolução Francesa tornou-se um emblema a ser seguido, pela razão racional, livre de dogma ou preconceito, lançando suas asas sobre todos os domínios: a moral, a religião, o mundo natural, a sociedade, o poder. O mundo era visto como história – como construção dos homens - e não sob o ponto de vista da religião. Os homens desviaram os olhos do céu para a Terra, ousaram a pensar e usar a razão, os sábios transformaram-se em intelectuais, a coroa redifiniu-se em Estado com a proposta de representar a sociedade. Desde o Renascimento, com a intensidade das atividades econômicas e administrativas, crescia o papel da escrita, não somente para o indivíduo exprimir seu repúdio para alterar acontecimentos sociais, mas também para homens letrados produzir conhecimentos. Nessas circunstancias, não cabia mais aos antigos regimes tradicionais utilizarem-se da censura e força física. Nem a Igreja secular o controle. Os homens deixavam de lado a orientação divina que supostamente os moldava e a transformaram em ferramenta para organizarem a si mesmo. Cabia ao estado, além do monopólio da violência, dirigir a sociedade por meio da razão, com a justificativa de partilha da soberania entre a