A corrupção
Quando se abre o jornal, no Brasil, é raro não nos defrontarmos com escândalos no mundo político. Casos de mal consersação de recursos públicos, uso indevido da máquina administrativa, redes de clientelas e tantas outras mazelas configuram uma sensação de mal-estar coletivo, em que sempre olhamos de modo muito cético os rumos que a política, no Brasil, tem tomado. Criam-se, dessa forma, um clamor moral e um clima de caça às bruxas que geram instabilidade e um muro de lamentações e barreiras a projetos de políticas públicas. Contudo, apesar dessa sucessão de escândalos no Brasil, existe uma sensação de impotência por parte da sociedade; a corrupção é tolerada e os cidadãos ficam apenas aguardando qual será o próximo escândalo que circulará nos jornais. Corrupção herança portuguesa. Até 1807 não existia um Brasil, mas vários brasis; não havia um sentimento de identidade nacional. As rivalidades eram muito grandes. Se D. João VI não fosse para o Rio de Janeiro e passasse a funcionar como elemento agregador dos interesses das diferentes províncias, o Brasil provavelmente se teria pulverizado, desagregado em três ou quatro repúblicas. Até 1807, o Brasil era uma fazenda de Portugal. Quando D. João vai embora, em 1821, o Brasil estava pronto para se tornar independente. Em 1500 o Brasil foi descoberto, mas foi criado como país em 1808. Para o bem e para o mal. Esse período da corte portuguesa no Brasil foi de muita corrupção, muita promiscuidade nos negócios públicos e privados. D. João inaugurou o sistema de troca de favores O rei chegou precisando de dinheiro e os ricos da colónia passaram a financiar o rei em troca de benefícios e de títulos de nobreza.Os anos passam, algumas caras políticas mudam, governos tomam medidas nominalmente relativas à transparência, um e outro saqueador dos cofres públicos vai preso, e o problema parece não diminuir no mais mínimo que seja: o Brasil continua um dos países mais corruptos. É assim que o vemos e é uma das