A copa do mundo
Ainda domingo, houve uma que devia figurar, imediatamente, na Bienal. Imaginem vocês que sustentamos, há muito tempo, a seguinte tese: — o europeu é viril, mas leal; ao passo que o brasileiro é bruto e desleal. Vejam vocês que bela imagem fazemos de nós mesmos. Pois bem. E, domingo, um dos nossos convidados pôs nas nuvens o futebol europeu, a educação europeia, a polidez europeia, a correção europeia.E, então, aconteceu o seguinte: — resolvi fazer a defesa do Brasil e do brasileiro. Mas não imaginei, Deus me livre, que estava cutucando, com a vara de cutucar, a ira da quase totalidade dos companheiros. E, de fato, é muito difícil elogiar o Brasil no Brasil, é muito difícil elogiar o brasileiro entre brasileiros.
Vencendo a minha timidez de subdesenvolvido, comecei a dizer o seguinte: — o craque brasileiro é muito mais doce, mais educado, mais cavalheiresco do que o europeu. E argumentei com o nosso comportamento exemplar nos três últimos Campeonatos Mundiais. Nas três oportunidades, o brasileiro foi inexcedível na sua conduta disciplinar. Ninguém se lembra de um foul desleal dos nossos. Em 58, contra a França, fomos garfados da maneira mais deslavada. Tivemos que fazer três gols para que um valesse.
O escrete