A copa do mundo e a ditadura militar
A DITADURA E A COPA
Em 1970, o Brasil ainda vivia sob a ditadura do regime militar, instaurado em 1964. O presidente era o general Emílio Garrastazu Médici (Arena), que governou o país de 1969 a 1974. Médici era da "linha dura", a ala mais radical dos militares. Seu governo foi, talvez, o mais repressivo da história política do Brasil, resultando na morte e tortura de centenas de oposicionistas, acusados ou suspeitos de "subversão".
Foi também um período em que parte da oposição decidiu partir para a luta armada, e ocorreram sequestros de diplomatas estrangeiros para trocá-los por prisioneiros políticos e assaltos a banco.
Futebol e propaganda política
Além da tortura e da repressão, o governo Médici usou a propaganda como arma política. O presidente Médici era apresentado como um "homem do povo" e "apaixonado por futebol". A vitória da seleção brasileira sobre a seleção italiana por 4 a 1, na final, foi bastante explorada pela propaganda do governo Médici em slogans do tipo "Ninguém segura este país" ou "Brasil; ame-o ou deixe-o".
Ditadura - O capitão da seleção de 1970, Carlos Alberto, e o general Médici seguram a taça Jules Rimet.
1978: a Copa na Argentina
Em 1976, foi instaurada uma ditadura militar de extrema-direita na Argentina. No Brasil, os militares ficaram quase vinte e um anos no poder (de abril de 1964 a março de 1985). Na Argentina, os militares ficaram apenas sete anos (de março de 1976 a dezembro de 1983).
Em 1978, a seleção de futebol da Argentina venceu a Copa do Mundo em casa. Similarmente ao que ocorreu no governo Médici, quando a seleção brasileira conquistou o tricampeonato, a ditadura argentina aproveitou a conquista do título mundial para fazer propaganda e ganhar popularidade.
A Seleção Brasileira e o povo.
-62420573406000Os “Anos De Chumbo”, O período Mais Repressivo da Ditadura Militar.