A construção simbólica da nação: a pintura e a escultura nas exposições gerais da academia imperial das belas artes
Quando Le Breton organizou o plano para a dupla escola de artes deixou também a sugestão de serem realizadas amostras de arte para incentivar os artistas e dar a conhecer ao rei e aos seus súditos os seus progressos. Seria, ao mesmo tempo, uma forma de homenagear o rei pelo patrocínio às artes, e dar início a uma galeria de obras, sempre útil a diversas finalidades. Além da organização do estabelecimento de ensino, em seus aspectos mais gerais, Le Breton preocupava-se também em criar condições para que os seus professores jamais se entregassem à ociosidade e fossem estimulados em suas tarefas, desenvolvendo projetos voltados para as necessidades e enriquecimento da cidade ou para a glória do monarca. Por outro lado, havendo interesse por parte do governante, de formar uma coleçao particular que enriquecesse seus palácios com obras dos mais renomados artistas, a instituição prepararia também artistas nacionais bem formados capazes de figurarem, com suas obras, ao lado dos artistas estrangeiros. A produção nascida do fazer dos mestres e alunos desse estabelecimento de ensino artístico contribuiria ainda para formar o acervo de um museu nacional, cujas obras remeteriam à história do país, à peculiaridade das diversas regiões, à sua fauna e flora, às suas riquezas, à sua gente.
Essas exposições tiveram início na França: “Salon - exposição de pintura, feita anualmente em Paris, pela Societé des Artistes Franfais. Realizada pela primeira vez em 1667. sob a égide do ministro das finanças de Louis XIV, Colbert, foi realizada no Louvre para mostrar os trabalhos dos artistas vivos, membros da Real Academia de Pintura e Escultura”[1]. A denominação Salon derivou de Salon Carré, situado no início da Grande Galeria do Louvre, que, a partir de 1735, passou a expor obras dos