As Artes Plásticas no Período Barroco e no Modernismo e a Ética da Psicanálise
Rafael Guarize de Almeida*
Introdução
O homem barroco e o do século XX são o único e mesmo homem agônico, perplexo, dilemático, dilacerado entre a consciência de um mundo novo. Ontem revelado pelas grandes navegações e as idéias do humanismo. Hoje pela conquista do espaço e os avanços da técnica e as teias de uma estrutura anacrônica que o aliena das novas evidências da realidade. No passado a Contra-Reforma, a inquisição, o absolutismo, e no presente, o risco da guerra nuclear, o sub desenvolvimento das nações pobres o sistema cruel das sociedades altamente industrializadas. Vivendo aguda e angustiosamente sob a órbita do medo, da insegurança, da instabilidade, tanto o artista barroco quanto o moderno exprimem dramaticamente o seu instante social e existencial, fazendo com que a arte também assuma formas agônicas, perplexas, dilemáticas.
Partindo desta idéia central, este estudo tem por objetivo verificar as relações existentes entre as artes plásticas no período barroco e no modernismo com a sistemática ética da psicanálise veio propor.
Esta idéia surgiu através da minha participação no Treino de pesquisa orientado pela professora Denise Maurano no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Nossos estudos direcionam se para as relações entre a tragédia, a estética barroca, e a ética da psicanálise, e se encaminham em uma etapa mais avançada para verificar quais estéticas da Arte Moderna colocam-se ao lado do Barroco e da Arte Trágica numa perspectiva onde a concepção do belo atua na transfiguração do horror que se demarca com a ética da psicanalítica.
Visa este trabalho de pesquisa, mostrar o barroco e o modernismo não só como estilo artístico, mas também como uma expressão que perdura em outras épocas e que guarda íntima relação aos aspectos presentes na experiência da clínica psicanalítica.
As etapas realizadas se iniciam com a descrição do