A construção do projeto ético-político
Por José Paulo Netto
Introdução O debate acerca do Projeto Ético-Político do Serviço Social vem se consolidando desde os anos noventa, no entanto, a existência do mesmo vem desde as décadas de 1970 à 1980, quando se inicia um questionamento por parte dos profissionais, de suas ações, e de suas intencionalidades. É nesse período, de rejeição ao conservadorismo, e um posicionamento mais crítico, que surge então a construção do que se chama de projeto ético-político.
De acordo com a teoria marxista, a sociedade não possui objetivos ou finalidades. Porém, os membros que compõem a sociedade, atuam juntamente com seus objetivos, e metas a serem alcançadas. Isto é, toda e qualquer ação humana, seja individual ou coletiva, requer um projeto, que segundo o autor “é uma antecipação ideal da finalidade que se pretende alcançar, com a invocação dos valores que legitimam e a escolha dos meios para lográ-la.”
A discussão aqui abordada trata-se não tampouco de projetos individuais, mas de projetos societários, nos quais se apresenta uma imagem de sociedade a ser alcançada. Para José Paulo Netto, os projetos societários são como projetos macroscópicos, como propostas para o conjunto da sociedade. Em uma sociedade capitalista, estes projetos são fundamentalmente, projetos de classe.
Como qualquer projeto coletivo, nos projetos societários há uma dimensão política, envolvendo relações de força e de poder. Pôde-se perceber, historicamente, que todos possuem interiorizada, a marca da classe social tal qual pertence. Os projetos societários são alteráveis, transformando-se ao longo do tempo, e de acordo com as transformações societárias. Todavia, a história mostra, que por razões econômicas, sociais e culturais, os projetos societários da classe subalterna sempre são mais fracos, ou possuem mecanismos menos favoráveis para enfrentar os projetos da classe dominante.
As profissões que especialmente de nível