A consagração do casamento real pelos meios de comunicação
XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Recife, PE – 2 a 6 de setembro de 2011
A consagração do casamento real pelos meios de comunicação
1
Edimárcia Ramos de ARAÚJO 2
Janara SOUSA3 (orientadora)
Universidade de Brasília, Brasília, DF
Resumo
O que faz de um acontecimento um fenômeno mediático? Quais as qualidades necessárias para que, além do conteúdo, esse evento alce essa condição? Partindo de questões como essas é que este artigo utiliza o casamento entre o príncipe William e a plebleia Kate Middleton para discutir o papel desempenhado pelos meios de comunicação, principalmente da TV e da internet, na consagração do casamento real como fenômeno mediático. Para isso, este trabalho valer-se-á do trabalho desenvolvido pela Teoria do Meio e dos estudos sobre convergência midiática. Como resultados são identificados vários elementos que caracterizam o casamento real como um fenômeno.
Palavras-chave: meios de comunicação; Teoria do Meio; televisão; internet.
Introdução
Igreja, noiva, vestido, padrinhos e madrinhas são palavras que nos remetem a um acontecimento bastante aguardado por alguns casais que decidem oficializar e celebrar a união. Uma prática tão remota quanto a Antiguidade (4000 a.C – 476), o casamento, segundo Foucault (1985), era tido como uma transação entre o pai da noiva e o futuro marido, onde era transferida ao marido a tutela exercida até então pelo pai. Essa negociação privada não tinha nenhuma ligação com a organização política e social.
Progressivamente, o casamento tomou lugar na esfera pública e passou a ser celebrado por meio de um padre ou funcionário habilitado. As práticas matrimoniais evoluíram simultaneamente ao processo civilizatório e, com isso, tornaram-se mais complexas. Cada vez mais a instituição matrimonial é tomada por um conjunto de medidas legislativas que marca o domínio da autoridade pública