A configuração da violência nos contos de “Pelo Sertão”, de Afonso Arinos
A violência esta inscrita em quase todos os registros literários, sendo ela é bem marcada na literatura brasileira e, de forma preponderante, nos textos relativos ao sertão. O sertão foi alçado à temática privilegiada na literatura brasileira a partir do século XIX. São abundantes os romances, contos que tratam das relações sociais que permeiam esse espaço geográfico, social e simbólico. Tais relações, não raro, são permeadas pela violência de ordem física, psicológica ou simbólica.
Isso se observa nos contos reunidos na obra “Pelo Sertão”, de Afonso Arinos. Essa coletânea de reúne personagens do sertão mineiro marcados pela opressão exercida pelos poderosos, pelos companheiros, pela natureza.Seres rudes e duros, como a paisagem em habitam, protagonizam com frequência cenas explícitas de violência e barbárie. Mesmo nos contos em que se destaca um certo “tom poético”, pode-se verificar a presença de violência. Assim a violência se inscreve no texto de Arinos entre o trágico, o banal e o “poético”.
Nas palavras de Muniz Sodré (1992), existem atos de violência e estado de violência. Os atos de violência estão relacionados a práticas de violência, como assaltos, assassinatos. Enquanto estado de violência é constituído pelas violências invisíveis e institucionais. Dessa forma, para o autor, a violência social pode ser chamada de direta, quando há força física, e indireta, se latente. Embora abarcando inúmeras formas, o conceito de força é o que geralmente a define.
Este estudo tem por objetivo investigar a violência nos contos de Afonso Arinos, a fim de identificar com esta é apresentada, partindo da ideia de que a violência se configura de diferentes formas nos contos em questão.
Acreditamos que esse estudo venha a contribuir para a compreensão do estabelecimento de um projeto de nação ao qual o Afonso Arinos procura dar continuidade e no qual as relações sociais, perpassadas por várias