A condição da mulher na historia
Período de silêncio e enclausuramento.
“Que a mulher conserve o seu silêncio” (Apóstolo Paulo) A historiadora Andrée Michel afirmou que “a história das mulheres é antes de tudo a história da instalação de sua repressão e da ocultação ”. Segundo ela não há nesse fenômeno, acaso, e nem ciência neutra. Este pensamento vai de encontro ao de Simone de Beauvoir (1980) que, com sua célebre frase: “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, revelou o pensamento que defenderá em sua obra, de que o papel de coadjuvante da mulher em relação ao homem é uma construção social e não fator biológico ou psíquico. Tanto é cultural que, antes da cultura instituir-se, ou seja, entre 6.000 e 3.000 a.C., período que compreende o neolítico médio, a revolução técnica decorrentes da descoberta de novas fontes de energia como atração animal e a energia gerada pelas águas e pelo vento, de novas técnicas de produção e ferramentas como o arado, o moinho de vento, e o barco à vela, passou a substituir a mulher como agente de produção agrícola, e o status dessa passa sofrer profundas modificações que se perpetuarão por milênios. Mas qual era a condição da mulher no paleolítico, antes das mudanças acontecidas no neolítico médio? O tema é controverso, muitos pensadores dizem não haver provas suficientes da existência de uma época dominada por matriarcado. Michel chamou a atenção para o fato de serem os referenciais mais antigos nos estudos científicos, também um produto histórico, cujo olhar está comprometido com uma visão de mundo que ratifica mulher como coadjuvante do homem na história, ela diz: “Num mundo em que o poder é masculino, a condição da mulher, quando não ocultada, é descrita por historiadores, etnólogos, sociólogos, de forma androcentrica”. O paleolítico durou milênios e é um dos mais desconhecidos da história. Estudos feitos a partir de sinais encontrados em cavernas e estatuetas de osso e de pedra, levaram os cientistas a delinear essa