A concepção de liberdade em kant fundamentação e sentido atrelado ao voto religioso da obediência
Isaias Ricardo Barbosa de Lima[1]
Resumo
Este artigo apresenta primeiramente o pensamento kantiano a respeito da liberdade, que está submetida ao regime de leis morais de acordo com as máximas do próprio homem. Subseqüentemente, atualiza o pensamento e trás para realidade atual, com o intuído de compreender a intencionalidade e o valor de se viver a lei na atitude livre e consciente do Voto da Obediência para os sacerdotes e principalmente aqueles que estão em processo de formação, aos determinados Superiores. O objetivo de tal voto é a imitação total de Cristo e essa obediência é legislada no Código de Direito Canônico. A proposta da Igreja é levar o homem, a partir de sua capacidade racional e intelectiva, a se auto-realizar e através da fé ser recompensado por Deus pela sua atitude de doação e despojamento. Segundo Kant, o homem é sim capaz de ser livre estando submetido à lei, pois quando é uma atitude consciente do mesmo, este conseqüentemente acatará tudo aquilo que compreende sua decisão.
Palavras-chave: Kant; Liberdade; Imperativo Categórico; Lei Moral; Autonomia
Introdução O termo “livre” se apresenta com vários significados. Falamos por exemplo de queda livre dos corpos, do vôo livre dos pássaros, da vida livre dos animais da natureza. Na Antiguidade, o termo “liberdade” significava, antes de qualquer coisa, a condição do cidadão “livre” face ao escravo. Defendemos vários tipos de liberdade, como a liberdade de opinião, de expressão, de imprensa... Em todos esses casos se trata de liberdade exterior. A causa natural do ser e a dinâmica do seu agir não são impedidos de fora, por coação, um constrangimento, uma pressão. Tal liberdade exterior é exigida pelo simples fato de que o homem se realiza no outro, porque a sua liberdade requer um espaço de autodeterminação e autodesenvolvimento. Contudo, a essência da liberdade reside na