A COMPREENSÃO E APLICAÇÃO DO PROJETO ÉTICO – POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL JUNTOS AS POLÍTICAS SOCIAIS – A REALIDADE LOCAL
INTRODUÇÃO
Nos últimos trinta anos, os Assistentes Sociais têm sido levados ao desenvolvimento de um exercício profissional direcionado à construção de uma nova ordem social, sem exploração e sem dominação de classe, etnia, gênero, através de posicionamentos radicalmente favoráveis à consolidação da democracia, conforme preconizado pelo “arsenal” técnico, legal, teórico e metodológico, conhecido como “Projeto Ético Político do Serviço Social”. O projeto tornou-se ao longo deste período, tema recorrente e transversal em parte significativa da produção literária, acadêmica e científica da profissão.
O projeto profissional do Serviço Social, amplamente divulgado e conhecido como Projeto Ético – Político tem suas origens registradas por Silva (2002) entre o final da década de setenta e início dos anos oitenta do século passado, a partir de uma crescente recusa e crítica dos profissionais aos métodos conservadores e tradicionais utilizados na prática profissional. Estes métodos, reproduzidos das escolas europeias e americanas – base de formação técnica dos primeiros profissionais – eram tidos como distanciados da realidade brasileira e mantenedores do status quo.
A difusão do projeto tem sido executada principalmente pelas instâncias produtoras de conhecimentos no Serviço Social (Graduação, Pós-Graduação, Centros de Pesquisa, Grupos de Discussão etc.) pelas instâncias político – organizativas da profissão (Conselho Federal e Conselhos Regionais de Serviço Social, Sindicatos e Associações) e pelo arcabouço jurídico-político (conjunto de leis, resoluções, documentos políticos e normativos aprovados e recomendados à aplicação).
Foi durante o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, realizado no ano de 1979 em São Paulo, conhecido como o “Congresso da Virada”, que os profissionais legitimaram uma