A ciência e o inconsciente
Texto 15 – A Ciência e o Inconsciente
Ainda estamos longe de compreender o inconsciente ou os arquétipos – estes núcleos dinâmicos da psique – em todas as suas implicações...estes são capazes de agir em nossa mente como forças criadoras ou destruidoras; criadoras quando inspiram idéias novas, destruidoras quando estas mesmas idéias se consolidam em preconceitos conscientes que impossibilitarão futuras descobertas. As poderosas forças do inconsciente manifestam-se não apenas no material clínico mas também no mitológico, no religioso, no artístico e em todas as outras atividades culturais através dos quais o homem se expressa. Obviamente, se todos os homens receberam uma herança comum de padrões de comportamento emocional e intelectual (a que Jung chamava arquétipos), é natural que os seus produtos (fantasias simbólicas, pensamentos ou ações) apareçam em praticamente todos os campos da atividade humana...Mas, imprevisivelmente, os conceitos de Jung abriram novas perspectivas também no domínio das ciências naturais, por exemplo, na biologia.
O físico Wolfgang Pauli assinalou que, devido às novas descobertas, a idéia que fazemos da evolução da vida requer uma revisão, levando-se em conta a área de inter-relação entre a psique inconsciente e os processos biológicos.
O aspecto mais evidente desta conexão reside no fato de os conceitos básicos da física (como o espaço, o tempo, a matéria, a energia, o contínuo ou campo, a partícula etc.) terem sido, originalmente, idéias intuitivas semi mitológicas, arquetípicas, dos velhos filósofos gregos – idéias que foram evoluindo vagarosamente, tornaram-se mais precisas e hoje em dia são expressas, sobretudo, em termos matemáticos abstratos.
Segundo o físico Werner Heisenberg, o homem, ao examinar a natureza e o universo, em lugar de procurar e achar qualidades objetivas, “encontra-se a si mesmo”.
Devido às implicações deste ponto de vista, Wolfgang Pauli e outros cientistas