RESENHA DO TEXTO “ O CATÁLOGO E A CHAVE: SUJEITO DA CIÊNCIA E O SUJEITO DO INCONSCIENTE”

A resenha se refere ao texto “O catálogo e a chave: sujeito da ciência e o sujeito do inconsciente” escrito por Marcus André Vieira. Esse autor fala no texto a respeito da relação existente entre psicanálise e ciência enfocando as formas de categorizar utilizadas pela psiquiatria atual e pela psicanálise. Com base no seminário da Angustia de Lacan, o autor aborda três métodos essenciais de apreender uma experiência. Dois deles utilizados na psiquiatria e na ciência em geral e o terceiro utilizado pela psicanálise.

O primeiro método a ser descrito é o do catálogo. Funciona na direção de um sentido. Busca esgotar todas as possibilidades significantes de determinada experiência, funciona num sentido horizontal. É preciso primeiro a existência do fenômeno para que possa haver uma posterior compreensão. Em relação à ordem simbólica, esse método corresponde a uma metáfora. Já o segundo método, o do análogo, busca estabelecer subníveis em determinado conjunto. Funciona no sentido vertical e a classificação não surge a partir do fenômeno como no método anterior. Em relação à ordem simbólica corresponde a metonímia.

Esses dois métodos descritos por Lacan são imprescindíveis na apreensão dos fenômenos, no entanto ele acrescentará o terceiro método, o da psicanálise: o método da chave. Os outros dois métodos se diferenciam do método psicanalítico porque apesar de apreenderem os fenômenos de forma ampla, terminam por excluir o sujeito acometido de certa patologia. O autor fala em “evacuação do sujeito... que situa o ideal científico desta classificação”. O sujeito e sua classificação diagnóstica são para a ciência a mesma coisa. Assim, o sujeito cartesiano faz uma emenda entre verdade e saber, o que não permite o aparecimento do desejo. Ele faz isso nos diversos campos do saber tendo a certeza de que é o que pensa.

Em relação ao método da psicanálise, o autor diz que Lacan não exclui os outros dois métodos e apresenta o método psicanalítico como um “mais-além” que