A ciencia lidera
A ciência e a técnica marcam profundamente a nossa época, manipulando e transformando a realidade, numa forma de poder do Homem sobre a natureza, poder que, progressivamente se voltou para os seres vivos, inclusive o próprio Homem. Teremos de perguntar se estes poderes manipuladores e transformadores que a ciência tem, irão ser sempre benéficos… Será então necessário impor limites éticos à tecnociência? Será essa condição possível? O grande dilema assenta na ambivalência da ciência: a mesma descoberta tanto pode ser utilizada para o bem como para o mal.
A tecnociência confere ao Homem um poder quase ilimitado. Se na época do Renascimento a ciência era vista apenas como potenciadora do progresso e motor de novas descobertas, a partir da Revolução Industrial com o desenvolvimento da máquina, o Homem vê nela o meio para dominar e controlar a natureza. Porém, se explorar sem controlo as possibilidades colocadas à sua disposição pela tecnociência, esta poder-se-á virar contra si, pondo em risco o planeta e levando à sua autodestruição.
Como exemplo desta realidade temos as bombas nucleares. Desde a devastação atómica de Hiroshima e Nagazaki, que a sociedade se apercebeu das reais implicações da evolução científica. Jamais poderemos acreditar que a ciência, e tudo o que dela resulta, é puramente benéfico, as consequências da bomba atómica fazem desta situação uma prova evidente. Cremos que hoje a tecnologia está presente em cada pequeno pedaço da vida de cada um de nós, tornando-nos inteiramente dependentes dela, já não somos autónomos…tornando-se a tecnologia algo de extremamente poderoso sobre as nossas vidas. Quando falta a electricidade, a verdade, é que parecemos todos umas baratas tontas, sem nada para fazer. Questiono-me, se a tecnologia tem como objectivo servir o Homem, porque é que este vive recluso da mesma?
Pode-se concluir que não é possível travar o desenvolvimento científico,