Analise do discurso religioso - a retorica do ethos e pathos no discurso cristão.
A história da humanidade nos mostra que o discurso religioso sempre esteve atrelado a interesses ambíguos. A construção da divindade, a perpetuação do medo, a construção da figura do sacerdote possuindo uma posição de autoridade, dentre outros fatores, fizeram com que esse trabalho fosse idealizado. Analisar o discurso do clérigo, procurar elementos descritos por autores como Maingueneau – a exemplo do ethos e pathos, conceitos aristotélicos – se torna de fundamental importância para estabelecer a real intenção das igrejas cristãs em relação a seus fiéis.
Este trabalho visa analisar o discurso, e se possível atrelá-lo à semiótica, dos principais palestrantes religiosos e utilizar conceitos da análise do discurso, propostos pelo autor Dominique Maingueneau, para estabelecer provas concretas de que o discurso do clérigo não se fundamenta na razão, mas sobretudo na paixão – ou crença – e portanto não se fundamenta, de um ponto de vista intelectual.
Este projeto visa demonstrar que é a paixão, e não a razão, quem rege o pensamento das massas que acreditam, alienadas, conduzidas a uma cegueira imaterial por uma crença indubitável, no sacerdote e em sua palavra, dita em nome de uma divindade; fato que a história comprova em diversos recortes de tempo: massas, "cegas" pela paixão exacerbada, agem como um exército e geram guerras santas.
É preciso destacar a visão agnóstica, na qual se fundamentam essas páginas. Utiliza-se da razão, e apenas desta, para fundamentar ideias e conclusões. Não se deseja com isso, ferir ou agredir a crença de terceiros. Apenas questioná-la, racionalmente e, de preferência, civilizadamente.
Em tempo: a verdade, ou a busca desta, é um direito de todos. Não acredita-se, neste trabalho, na verdade como única, inquestionável ou demasiadamente confundida com segredo.
PROBLEMA:
A utilização do discurso, pelas religiões cristãs, como instrumento político de manutenção de poder e controle das massas sociais pode ser percebida ao