A cidadã paradoxal resenha
Joan W. Scott, nasceu nos Estados Unidos em 1941, é uma das autoras mais citadas, no campo dos estudos de gênero no país. E isso principalmente por duas traduções em português, o texto "Gênero, uma Categoria Útil de Análise Histórica" e um capítulo na coletânea História das mulheres no Ocidente. No entanto, apesar da notoriedade de Joan W. Scott em terras brasileiras, este é seu primeiro livro traduzido em português, A Cidadã Paradoxal graças à iniciativa da Editora Mulheres de Florianópolis.
No capítulo três é retratada a história de Jeanne Deroin, militante socialista, casada com um engenheiro, mãe de três filhos, que após a derrota da Comuna de Paris, resolve se candidatar ao parlamento para desmascarar a própria lei que, sob o manto de "igualdade" dos cidadãos, excluía as mulheres tanto do voto, quanto da possibilidade de se elegerem. Em 1849 de algumas das que as feministas atuais assumem: recusa-se, ao casar, a usar o sobrenome do marido, reflete profundamente sobre a maternidade e a relação mãe e filho, propõe uma teoria sobre o indivíduo moderno que oscila entre dois modelos: a fusão do casal homem e mulher ou a mulher independente do homem na procriação. Fugindo ao estereótipo da mãe como ideal supremo para mulher, Jeanne Deroin vê a maternidade como um trabalho social e não como um destino biológico; a mãe é para ela a idealização máxima da cidadania, uma vez que os filhos são obra da mulher. Utópica, ela propõe que seja o Estado o responsável pela manutenção material das crianças que ficariam sob a responsabilidade moral das mulheres. Na luta pelo direito ao voto Jeanne encontra vários empecilhos , apesar de tudo ela foi a primeira mulher a conseguir uma cadeira legislativa na eleição de maio de 1848, ela também transformou a diferença sexual em argumento a favor da igualdade de direitos. A luta de