A cidade ideal de platão
No século IV a.C., em data imprecisa, surgiu em Atenas a primeira concepção de sociedade perfeita que se conhece. Tratou-se do diálogo A República, escrito por Platão, o mais brilhante e conhecido discípulo de Sócrates. Duas preocupações o guiam: a procura da virtude, sem a qual não existe salvação possível, e a procura da felicidade. Para ele, só uma sociedade justa pode permitir a seus cidadãos de alcançar esses dois objetivos.
“A cidade justa é aquela onde o filósofo governa, o militar defende e a econômica provêem da sociedade. O estado possui quatro virtudes cívicas, três representadas pelas classes – temperança, coragem, prudência – e a quarta, e mais importante, depende das três classes: a justiça (harmonia e hierarquia das funções). A razão que governa.” (CHAUI, Marilena. Introdução a história da filosofia. São Paulo: Cia das Letras,2002. p309) Assim para Platão cada Classe terá que cumprir seu papel, entendendo que se houver um embaralhamento entre os papeis, a cidade jamais conseguiria ser justa.
Platão salienta que a justiça seria simples se os homens fossem simples e, vivessem produzindo de acordo com suas necessidades, trabalhando muito e sendo sem luxo.
Ele dizia que a forma correta de governo deveria se espelhar na alma e no ser humano. Como no corpo humano, a cabeça é que governa, na cidade ideal, caberia àqueles dotados de razão, os filósofos, o dever de governar a cidade. Já aqueles detentores da cólera, a qual ele associava ao peito, seriam os corajosos, os guerreiros, que lutariam em prol da manutenção da organização e da paz da cidade. O terceiro grupo seria comandado pelos desejos, que no corpo humano seria afim da região do baixo ventre. Essa classe, a dos artesãos, deveria controlar seus desejos para conseguir manter a temperança. Para isso ele deveria empregar a força resultante de seus desejos naquilo que possuem habilidade para realizar, os seus trabalhos específicos. Na alma também há essa tripartição: a logistikón,é a