A cidade Colonial
Maria Célia da Silva Gonçalves*
O livro “A cidade Colonial”, escrito por Nelson Omegna , mereceu prefácio de Alceu de Amoroso Lima. Prefácio este que classifica a obra como “CLÁSSICA da historiografia sociológica brasileira”, nas palavras de Lima é :
Admirável estudo da ‘cidade colonial’ não apenas um monumento de pesquisa histórica sobre as origens do nosso urbanismo e muito menos uma descrição estético-sentimental de cidades mortas em contraste com cidades vivas, mas um estudo da anatomia urbana e social comparativa entre a semente e a flor, na análise de analogias substanciais, que redundam num admirável tratado de sociologia dinâmica de melhor espécie.
A luta contra o domínio colonialista não terminou, continua nos dias atuais como acontecia a 3 ou 4 séculos atrás. E é o reflexo dessa luta no ambiente da humilde POLIS colonial que o sociólogo Omegna nos apresenta nesse magnífico tratado de sociologia orgânica. Para ele a sociedade colonial foi o resultado do encontro entre o Poder e o Povo. Encontros entre autoridades e vagabundos, senhores e escravos. No embate entre as duas forças uma colonizadora e outra colonizada, aparece uma terceira força a Igreja, extremamente importante para a execução do projeto colonizador e que foi contemplada de forma espetacular pelo autor. Nesse encontro, o papel da cidade foi decisivo para fomentar novos pensamentos, autonomia, idéias emancipadoras.
Omegna defende a tese de que o surgimento de grande número das pequenas cidades pobres foi um marco característico do período colonial brasileiro. Pequenas e pobres, as vilas coloniais vieram a exercer em virtude mesmo dessa dupla maneira de ser, marcada influência na formação política e social do país. A dispersão dos pequenos núcleos pela amplidão da terra foi uma solução característica da colonização portuguesa em contraste com o que fez o espanhol que, quando possível se concentrava