Brasil colonial: as cidades e seus elementos conformadores
Brasil Colonial: a cidade e seus elementos conformadores.
A formação das cidades espanholas e portuguesas na América é comparada por Sérgio Buarque de Holanda no capitulo: “Do semeador ao ladrilhador” do livro, “Raízes do Brasil”. Na visão do escritor as cidades da América espanhola começaram sua construção a partir de uma praça de formato retangular e, a partir desta praça, seriam traçadas as principais ruas da cidade, sendo todas as ruas ortogonais mesmo com toda a sinuosidade do terreno. Em lugares frios essas ruas deveriam ser mais largas, para facilitar a entrada da luz do sol, o que de certa forma ajudaria a amenizar o frio do local, o oposto era feito para lugares mais quentes, onde as ruas eram construídas mais estreitas.
Já a formação das cidades portuguesas na América foi algo não pensado, sem regras e na visão do escritor, houve um certo desleixo. Os portugueses construíram suas cidades de acordo com a sinuosidade do terreno sem se preocupar com praças ou ângulos e sem planejamento.
Mas em uma pesquisa realizada por Nestor Goulart Filho e Paulo Santos, há uma nova interpretação do surgimento das cidades portuguesas na América. No livro: “Evolução urbana do Brasil 1500-1720” há evidências que à época do descobrimento do Brasil já existia uma tendência de geometrizar as experiências urbanísticas européias, tanto entre espanhóis como com holandeses, franceses, ingleses e portugueses, por ser aquela época, o período do renascimento. Se tratando dos portugueses, esses implantariam em núcleos maiores como Salvador, onde existia uma clara preocupação da Coroa com o traçado da cidade.
As primeiras décadas de colonização portuguesa no Brasil foram concentradas na exploração de madeira. A partir de 1532 ocorre uma tentativa de ocupação efetiva com o estabelecimento das capitanias hereditárias. O sistema de capitania deu poucos resultados, os motivos foram vários, mas principalmente a falta de recursos econômicos e humanos.
Em 1549 é