A china, os idosos e o desequilíbrio entre os sexos
Enquanto vive um processo de queda abrupta das taxas de natalidade, a China – o país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes - está envelhecendo: em 2005, a quantidade de chineses com 60 anos ou mais correspondia a 11,3% da população, ou cerca de 147 milhões de pessoas. Em 2010, essa fatia deve aumentar para 12,57% da população, ou 174 milhões de pessoas. Os números são da Comissão Nacional de População e Planejamento Familiar, responsável pela política do filho único desde a década de 80.
Paralelamente a isso, destaca-se uma contradição: a falta de boas condições de vida para os mais velhos, num país em que previdência, para muitos, significa ser sustentado pelo filho – isso somente se ele tiver nascido homem - e o controle de natalidade é rígido e permite apenas um filho por casal, com exceções para determinados casos e regiões.
Segundo reportagem do jornal O Globo de julho deste ano, o número de idosos que recebem aposentadoria na China se limita a 48 milhões, de acordo com o governo do país. Essas pessoas se concentram nas grandes cidades. O sistema previdenciário urbano existe somente desde 1997. Os empregadores contribuem com o equivalente a 20% do salário do funcionário, que por sua vez contribui com 8%. Para se aposentar é preciso ter sido contribuinte por pelo menos 15 anos quando atingir a idade mínima, que é de 60 anos para os homens, 55 anos para as mulheres filiadas ao Partido Comunista e 50 para as demais.
Pela tradição, filho homem cuida dos pais idosos
Ao limite de apenas um filho por casal imposto pelo governo chinês, associa-se a questão da grande discrepância entre o número de homens e mulheres que compõem a população chinesa. A proporção varia entre 100 meninas para cada 117 homens e 100 para cada 130, em determinadas regiões da China, segundo o censo realizado no ano de 2000.
De acordo com a tradição chinesa, o filho homem cuida dos pais e os sustenta quando