a chegada dos portugueses ao brasil
Se colocarmos no páreo as diferenças entre as descobertas espanholas e as portuguesas, notamos que as jornadas lusitanas foram mais sólidas, ao contrário dos espanhóis, considerados navegadores do destino. Na Espanha, apenas as teorias tradicionais eram utilizadas, já em Portugal, havia certa audácia. Dados especulativos e contrários a dogmas geográficos eram levados em consideração.
A Escola de Sagres pode ser comparada a uma Máfia da informação marítima. Um imenso banco de dados sobre cartografia, construções navais, terras desconhecidas e terras muçulmanas.
Dando asas à inusitada comparação, Dom Henrique, conhecido como o Infante de Sagres, seria o Al Capone. Era o Infante que estudava e acumulava informações e derrubava mitos de mapas medievais. Fora isso, tinha conexões com diversas fontes estrangeiras. Ele recorria a cientistas não-cristãos, muçulmanos, árabes, italianos de Veneza e Gênova, além de utilizar nativos africanos como intérpretes para os informantes lusos. Um dos comparsas de Dom Henrique era Dom Pedro, que lhe trazia relatos de viajantes, mapas atualizados e livros que continham as viagens de Marco Pólo.
Além dessa teia de informações tecida em território ibérico, Dom Henrique dispunha de instrumentos e técnicas de navegação à frente de sua época. Sua equipe desenvolveu a balestilha, que determinava a posição do Sol. Fora isso, desenvolveu caravelas para longas jornadas, entre outros equipamentos.
Mas não bastava ter todo este conhecimento e continuar em terra firme. Isso acabou em 1420, quando navegações comandadas pelo infante rumaram ao oceano Atlântico.
De 1421 a 1434, diversas outras tentativas foram feitas,