A cegueira congênita e o desenvolvimento infantil
Os efeitos da cegueira congênita no crescimento do bebê e da criança, e seus reflexos no desenvolvimento motor, na linguagem, e até mesmo na emotividade e sociabilidade.
Desenvolvimento Motor
A - O Controle da Cabeça
Na criança com visão, o desenvolvimento físico começa na cabeça e se estende até os pés, e parte do tronco em direção às extremidades. A criança, portanto, deve desenvolver o equilíbrio da cabeça e o controle do tronco antes de aprender a sentar. Então ela aprende a levantar, andar, etc. De maneira geral, a criança obtém controle dos braços antes das pernas.
O bebê cego não conta com o estímulo visual para motivá-lo a levantar a cabeça e a desenvolver o controle da mesma. Portanto, ele deve ser ensinado a adquirir controle sobre os movimentos da cabeça e do corpo através de outros meios de estimulação. Embora a criança cega prefira deitar-se de costas, é essencial, para o fortalecimento do pescoço, que ela seja deitada sobre o estômago. Algumas maneiras de se conseguir isso:
s Pendure brinquedos sonoros e com diferentes texturas nos lados do berço;
s Pendure um espelho na lateral do berço;
s Mude regularmente a posição do bebê no berço;
s Alimente o bebê e mude suas roupas alternando os lados;
s Encoraje-o a levantar a cabeça e a movê-la em volta enquanto o segura pelos ombros.
B - A Aproximação
Permanência dos objetos é a consciência de que um objeto ou pessoa existe mesmo quando fora do campo visual, auditivo ou tátil. Nos bebês com visão, essa capacidade aparece em torno dos 3 ou 4 meses. Nos bebês cegos, tal faculdade sofre um grande atraso, e só se desenvolve através de um trabalho consciente de treinamento e estimulação. A percepção da permanência dos objetos é essencial para o desenvolvimento da coordenação ouvido-mão (tentar alcançar um objeto atraído por seu som), que se desenvolve na criança com visão em torno dos 8 a 9 meses. Na criança cega essa faculdade