catarata congenita
A catarata infantil é considerada responsável por altas taxas de cegueira prevenível e visão subnormal(1-3).
No Brasil, acomete um grande número de crianças, conforme estudos já realizados(1-3) podendo a catarata resultar de malformações oculares congênitas, infecções intra-uterinas, síndromes genéticas, alterações sistêmicas com erros inatos do metabolismo, hereditariedade, uso de medicamentos, radiação ou ser idiopática.
Várias técnicas cirúrgicas são utilizadas para tratamento de catarata infantil. A lensectomia é empregada atualmente na correção cirúrgica desta alteração ocular por diversos autores(6-13), com resultados satisfatórios quanto a uma menor reação inflamatória no pós-operatório e menor trauma do segmento anterior durante o ato cirúrgico, o que, associado a uma vitrectomia anterior ampla, possibilita menores índices de opacificação secundária no eixo visual quando comparada a outras técnicas(1,3).
Apesar dos avanços cirúrgicos, a recuperação visual desses olhos representa, ainda, um grande desafio à Oftalmologia Pediátrica(6,13), pois a correção óptica e o tratamento da ambliopia devem ser realizados o mais cedo possível, o que requer diagnóstico precoce, melhor conscientização da população e maior facilidade de acesso aos serviços especializados.
O objetivo deste estudo é estabelecer o perfil clínico-terapêutico e os resultados cirúrgicos das crianças portadoras de catarata submetidas a lensectomia.
MÉTODOS
No período de janeiro de 1999 a novembro de 2003 foram operados, pela técnica de lensectomia, 89 olhos de 62 crianças no Setor de Catarata Congênita do Departamento de Oftalmologia da UNIFESP-EPM.
Realizou-se estudo retrospectivo, com análise dos prontuários das crianças submetidas a esta técnica para tratamento de cataratas unilaterais e bilaterais.
Os seguintes aspectos foram estudados: sexo; idade de suspeita das alterações oftalmológicas pelos pediatras ou leigos; intervalo entre a suspeita diagnóstica e o