A CASA DOS MORTOS
O vídeo que demonstra a realidade dos Hospitais de Custódia, onde se encontra pessoas que cometeram delitos e que, por não possuírem o total discernimento para compreenderem a natureza de seus atos, o Estado como garantidor dos direitos e deveres de seus cidadões, aplica, converte a pena em uma medida de segurança. Bubu é um poeta com doze internações em manicômios judiciários. Ele desafia o sentido dos hospitais-presídios, instituições híbridas que sentenciam a loucura à prisão perpétua. O poema A Casa dos Mortos foi escrito durante as filmagens do documentário e desvelou as mortes esquecidas dos manicômios judiciários. São três histórias em três atos de morte. Jaime, Antônio e Almerindo são homens anônimos, considerados perigosos para a vida social, cujo castigo será a tragédia do suicídio, o ciclo interminável de internações, ou a sobrevivência em prisão perpétua nas casas dos mortos. Bubu é o narrador de sua própria vida, mas também de seu destino de morte. (A Casa dos Mortos. Direção: Débora Diniz. Ano de lançamento: 2009, Vídeo do youtube, 24 minutos. http://www.youtube.com/watch?v=noZXWFxdtNI)
Michel Foucault: Eu, Pierre Riviere, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão.
Em 1835, um jovem camponês de vinte anos, 5 pés de altura, cabelos e sobrancelhas negros, suíças negras e ralas, testa estreita, nariz médio, boca média, queixo redondo, rosto oval e cheio, tez morena e olhar oblíquo, nascido em Courvaudon e morador de Aunay. Pierre Rivière diz que matou sua própria mão, para livrar o pai de uma mulher má, mata a golpes de foice a mãe grávida, a irmã adolescente e um irmão de sete anos. Depois de executar os crimes, o jovem Pierre foge para os bosques até ser capturado e levado a julgamento. Preso, escreve longo depoimento sobre as razões de seu ato. Um adolescente, misterioso e psicopata aos olhos das testemunhas, que se mostra através de suas confissões. (Livro: Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu