A Cartomante
O tempo interno aqui é centrado no dia, mês e ano. Com relação a sexta-feira, esta é diferente de qualquer outro dia da semana. É conhecido em nossa atual sociedade, como o dia do azar ou coisa assim, e por isso o “ar” da sexta–feira aqui é sobrenatural, é sem igual, observamos a expressão usada pelo autor: “numa sexta-feira” e não em uma sexta-feira ou na sexta-feira.
Na vida real, a fé no sobrenatural muda de tempo em tempo. Aquilo que você é hoje dificilmente será amanhã. O autor descreve muito bem essa verdade quando apresenta o personagem Camilo. Observe que este no princípio do conto é descrito como um cético e irônico dos fatos dessa natureza, contudo ele nem sempre agiu assim. Nas linhas do texto encontramos: “[...] em criança, e depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices [...].” Isto que dizer; em outro tempo ele foi crente em suas afirmações, mas (...). Pois bem, retemos nossa maior atenção, não agora para este fato e sim para o final da crítica. Iremos concordar que nosso personagem ainda mudará de atitude.
Devemos aqui ressaltar não só para o enfoque psicológica do personagem dentro do enrede, mas principalmente o valor desse fragmento textual para a compreensão do desfecho final do conto. Sem essa observação certamente ficaríamos pedidos na conclusão do todo.
Um fato interessante é que o autor não usa uma seqüência cronológica dos acontecimentos. Os amantes já são apresentados ao leitor de maneira súbita, observe o tempo, mês de novembro, quase fim do ano. Machado de Assis, de uma forma única, retorna aos princípios usando de argumentos agradáveis ao leitor: “Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela[...]”. O espaço aqui, mesmo implícito, possivelmente seja a casa de