A captação do som
Sérgio Izecksohn
Gravar vozes, instrumentos acústicos e elétricos é a tarefa mais delicada de um estúdio. Ainda mais, por não haver regras pré-estabelecidas sobre qual a melhor forma de se captar o som de um instrumento. Neste artigo, vamos conhecer os procedimentos usuais de captação e os microfones mais usados pelos estúdios mundo afora. Se o seu home studio opera somente via MIDI, isto é, se teclados e baterias eletrônicas são suas únicas fontes sonoras, não há muito com que se preocupar, pois os instrumentos eletrônicos são conectados diretamente à mesa de som pelos cabos de áudio. Porém, se o estúdio dispõe de um gravador multipista (em fita, HD ou MD) e tem o objetivo de gravar vozes e instrumentos, é necessário conhecer alguns recursos técnicos. Se o seu home studio é básico, com um porta-estúdio cassete de 4 pistas e sem tratamento acústico, ainda não é o momento apropriado para se fazer uma coleção de microfones para todas as finalidades. Neste caso, o uso de microfones dinâmicos, desses que se usam nos palcos, como os Shure SM57 e SM58 (ou Beta 57, 58) pode ser uma boa solução. Dinâmicos e unidirecionais (cardióides), esses modelos compensam a falta de tratamento acústico do pequeno estúdio. Outra boa solução para o pequeno estúdio com isolamento acústico é o modelo AKG C3000, a condensador. Há vários tipos de microfones, para diversas finalidades. Os microfones para gravação se dividem em dinâmicos, que são mais resistentes a ruídos de manuseio e têm uma resposta mais dura, e os microfones a condensador, bem mais sensíveis. Estes precisam ser alimentados por corrente elétrica. Geralmente, a mesa de som tem uma chave de “phantom power”, que os alimenta com uma corrente de 48 V através do próprio cabo de áudio. Quanto à área de atuação, os cardióides captam melhor o som numa área em forma de coração, diante da cápsula e a moderada distância, sendo chamados de unidirecionais. Os hiper-cardióides têm essa área de captação