A camara clara resumo
A Câmara Clara, de Roland Barthes (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984)
Introdução
Barthes em relação à fotografia, tem um desejo ontológico : quer saber o que ela é “em si”, qual traço a distingue das outras imagens.
Para ele as classificações das fotografias são exteriores aos objetos e não têm relação com sua essência.
A fotografia é inclassificável, porque ela reproduz um momento, que repete mecanicamente algo que não se repetirá existencialmente. Ela não é a foto, mas tal foto. Ela traz consigo seu referente. Este não se distingue de imediato dela, pois, para tanto, exige um ato segundo de saber ou de reflexão.
O referente está sempre presente, o que leva a fotografia para todos os objetos do mundo – o fotógrafo escolhe tal objeto, tal instante, tal lugar. E isto torna a fotografia inclassificável, porque não há razão para marcar tal ou tal de suas ocorrências. A fotografia é privada do princípio de marcação (para que haja signo, é preciso que haja marca), assim, “as fotos são signos que não prosperam bem, que coalham, como o leite.”
O referente adere, e isto faz com que haja uma enorme dificuldade para acomodar a vista à Fotografia. Os livros que falam das fotos são obrigados a acomodar a vista muito perto (os técnicos), ou muito longe (os históricos ou sociológicos).
Barthes constatava que os livros não falavam nada sobre as fotos que o emocionavam, que lhe davam prazer, pois ele só via o referente, o objeto desejado. As fotos resistiam a qualquer sistema redutor. Resolveu tomar algumas fotografias, aquelas que tinham existência para ele. “Não um corpus: somente alguns corpos”. Se fez mediador de toda a Fotografia: tentar formular, a partir dele (Barthes) o traço fundamental, o universal que justificasse a existência fotográfica.
O Spectrum Barthes
Barthes observa que a foto pode ser objeto de três práticas (três emoções, três intenções) : fazer, suportar e olhar.
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