A busca por um Brasil competitivo
Num mundo onde os padrões de concorrência são pautados pela China, o Brasil não tem outra saída senão - de uma vez por todas tornar sua economia competitiva. Há muito a fazer. É preciso começar já.
"A COMPETIÇÃO É UMA DAS MAIS PODEROSAS FORÇAS na evolução do homem. Não conhecemos o futuro, mas uma coisa é certa: à medida que a competição continue a evoluir, ela será a fonte de muito de nossa prosperidade." E assim que o americano Michael Porter, principal teórico mundial da competitividade, inicia seu mais recente livro, o magistral Competição, uma compilação de seus principais trabalhos realizados ao longo de décadas de estudo sobre como empresas e países podem se destacar no jogo global - e prosperar. No livro, há toda uma seção dedicada à disputa entre nações. Nela, Porter é enfático quanto às causas que decidem esse jogo. "A prosperidade de um país é criada, não herdada. Ela não deriva das riquezas naturais, do número de trabalhadores ou do valor da moeda. A competitividade de um país depende da capacidade de suas empresas de inovar. Ao fim, o sucesso resulta de um ambiente interno que seja dinâmico, desafiador e que mire o futuro".
Livros teóricos de economia e negócios não são exatamente os preferidos nas altas esferas do governo, aqui ou em qualquer lugar. Particularmente no Brasil de hoje, porém, o estudo de temas ligados à competitividade seria um investimento que se pagaria mil vezes. Dentre as nações mais competitivas do mundo estão países como Suécia, Estados Unidos, Alemanha e Japão - não por coincidência sociedades que oferecem um padrão de vida próximo do ápice que a humanidade conseguiu atingir até agora. Na ponta oposta choca o subdesenvolvimento de locais como Chade, Angola, Burundi e Zimbábue. O Brasil do presente está mais ou menos no meio do caminho entre os dois polos, o que é muito pouco para uma nação com ambições de potência. Ao longo deste semestre, conheceremos as