A Bruzundanga

A Bruzundanga
O ensino e a diplomacia
Por: Isabela Furtado; Jessica Souza; Letícia Chiu e Thaynara Lessa

São muito claras as intenções que se escondem por trás da descrição de Bruzundanga. Publicado postumamente em 1922, o livro trata-se de uma sátira brilhante, inteligente e até engraçada a respeito do Brasil do início do século XX, sendo que muitas das situações retratadas permanecem até os dias atuais, o que concede à obra um caráter atemporal.
No capítulo VI, em que fala sobre o ensino na Bruzundanga, o autor busca expor, como forma de crítica, diversos aspectos da educação no país fictício. Como de costume, os filhos dos mais ricos e possuidores de cargos importantes na sociedade têm mais vantagem, sendo aprovados mesmo tendo aprendido nada ou de forma medíocre. Um jeito aqui, uma conversa ali, um pagamento acolá e “conseguem sair-se da alhada e lá vão, cinco ou seis anos depois, ocupar gordas sinecuras com a sua importância de "doutor", saindo da escola ainda mais arrogantes do que antes e esbanjando orgulho pela posse do diploma, que custou-lhes nenhum ou quase nenhum esforço. Quanto aos que não possuem o título, são considerados burros, desimportantes, incapazes. Os bruzundangas compunham, claramente, uma sociedade que valoriza não o conteúdo, mas a posse dos títulos; que não valoriza o esforço, o caminho, o aprendizado, mas o status, única e simplesmente a posse do título. A valorização era tanta que, ao perceber que seria mais fácil concluir seus estudos em faculdades mais distantes, viajavam, voltando após receberem a certidão de aprovação. Não importava onde e nem sob que condições, o objetivo maior era unicamente ser formado.
Além disso, as famílias das moças desejavam que estas se casassem apenas com os doutores, pois assim poderiam conseguir cargos importantes trabalhando pouco. Era uma terra em que o menor esforço era o sonho de todos. Ademais, a exigência de disciplinas que seriam desnecessárias na hora de exercer determinadas profissões¹,