A bolha dos caminh es TRABALHO ECONOMIA
A insatisfação dos caminhoneiros com o Governo, que tem aumentado a temperatura política e levado a bloqueios de estradas, não tem a ver só com o diesel mais caro. A origem é de um erro de política econômica do Governo Dilma, que criou uma bolha de oferta no frete ao financiar caminhões novinhos a preços de carrinho de brinquedo. O engenheiro Ricardo Gallo, que trabalhou 19 anos no BankBoston e hoje é um gestor independente, se debruçou sobre os números do setor. Ele comparou a expansão na oferta de caminhões com o aumento do PIB do setor de transportes nos últimos anos, diz: “A conclusão; o crédito barato do BNDES gerou um excesso de oferta de quase 300 mil caminhões, o que equivale ao número total de caminhões licenciados no País a cada dois anos”.
A história econômica mostra que sempre que um banco central ou Governo faz o custo do dinheiro ser artificialmente barato, ele estimula investimentos que não teriam sido feitos sob circunstâncias normais, frequentemente causando bolhas. Se o Governo tivesse deixado às coisas como estavam, o País provavelmente teria hoje 2,3 milhões de caminhões, em vez dos 2,588 milhões atuais. Com essa greve a Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC) concluiu que em 20,8 milhões de reais por dia o prejuízo sofrido com o bloqueio das estradas devido à greve dos caminhoneiros. As empresas mais afetadas foram as que realizam transporte de longa distância, embora todo o sistema tenha sido impactado, acrescentou em nota a entidade, citando companhias como Transportadora Cometa, RS Transporte, Eclipse, Cimpor, Lima Transporte, White Martins, Lida Transporte e Copagas.
Contudo as principais reivindicações durante a paralisação foram econômicas, Os sindicatos e associações dizem que o aumento no preço dos combustíveis reduz o frete, o valor pago aos caminhoneiros pelo transporte de carga. Atualmente, o caminhoneiro tem que tirar do frete a sua remuneração e o custo