A biolinguistica e capacidade humana
Neste capitulo sete do livro Linguagem e Mente Noam Chomsky faz importantes comentários referentes à perspectiva biolinguística bem como sobre as contribuições que ela trouxe no sentido de tentar elucidar as questões de como as propriedades “chamadas mentais” se relacionam com o cérebro e como a faculdade da linguagem influiu no desenvolvimento da capacidade humana.
Chomsky inicia ratificando que a biolinguística vê a língua da pessoa em todos os seus aspectos – som, significado, estrutura – como um estado de algum componente da mente, entendendo “mente” no sentido dos cientistas do século XVII, para quem os aspectos do mundo “chamado mental” são resultados de “uma estrutura orgânica como a do cérebro”, ou seja, a mente ou o pensamento é uma “pequena agitação do cérebro”. Essa tese também foi defendida posteriormente por outros cientistas que afirmaram que “as coisas mentais, alias a mente, são propriedade emergentes dos cérebros embora essas emergências não sejam consideradas irredutíveis, mas produzidas por princípios.. que ainda não entendemos. A mesma tese acima foi considerada uma “hipótese assombrosa” da nova biologia, uma “ideia radicalmente nova” na filosofia da mente, “a ousada asserção de que os fenômenos mentais são completamente naturais e causados pelas atividades do cérebro. Mas Chomsky discordou tendo em vista que a tese decorre do colapso de qualquer conceito coerente de “corpo” ou “material” no século XVII.
Dentre os vários fenômenos relacionados com a linguagem Chomsky mostra que, a abordagem biolinguística concentra a atenção num componente da biologia humana que participa do uso e da aquisição da linguagem. Esse componente foi chamado de “faculdade da linguagem” que para a teoria evolucionária moderna é considerada como “natureza intelectual e moral do homem”: as capacidades humanas para a imaginação criativa, a linguagem e outros modos de simbolismo, a matemática, a interpretação e o registro de