A base da opiniao
Uma opinião pode ter como base uma realidade ou uma utopia. Consideramos sempre que indivíduos diferentes formam idéias diferentes da realidade, de acordo com o meio em que vivem; e que cada indivíduo possui uma idéia de utopia. As realidades podem ser contraditórias (dizemos que podem ser – e não que são – contraditórias para não entrarmos na questão de a realidade ser ou não uma questão subjetiva; atemo-nos ao que cada um é capaz de extrair do todo da realidade e consideramos essa parte como um todo – para a análise); e, entre as utopias, existem os mais variados tipos; ainda assim, podemos identificar a base de qualquer opinião, e, a seguir, classificá-la em uma base realista (o juízo de fato no qual a opinião se fundamenta estando correto ou não) ou numa base utópica (seja qual for a utopia). Outra coisa que consideramos é que nem todos os indivíduos constroem suas opiniões da maneira acima citada. Muitos tomam para si as opiniões de terceiros. Entretanto, mesmo o indivíduo não tendo realizado o processo de formulação daquela idéia, a idéia em si possui uma base; e esta será sempre ou uma base realista ou uma base utópica. O que pode ocorrer é um indivíduo, apoderando-se de uma opinião que não foi por ele elaborada, não ser capaz de compreendê-la por completo; e, consequentemente, ao enunciar-se tal opinião por tal indivíduo, não ser possível a identificação de sua base; pois o enunciado estará incompleto, assim como o raciocínio; e então a idéia estará, ao menos em relação àquele indivíduo, incompleta. Haverá uma conclusão sem que se compreenda o raciocínio que levou a ela – e, perdendo-se o raciocínio, é perdida a base.
1.1. A Opinião que é Baseada na Utopia
Primeiramente: não dissertaremos sobre o processo pelo qual se forma uma utopia. Trabalharemos apenas com a utopia já formada, e a maneira como ela fundamenta uma opinião. Aqui, a utopia é o conjunto de todas as coisas que o indivíduo quer – para si e/ou para outros –