A bagaceira - José Américo
2º Trimestre
“A BAGACEIRA”
José Américo de Almeida
3º 301
29.08.2014
A Bagaceira
José Américo de Almeida
Análise da obra: A bagaceira, publicada em 1928, é a obra introdutora do romance regionalista no país. A colisão dos meios pronunciava-se no contato das migrações periódicas. Os sertanejos eram mal-vistos nos brejos. E o nome de brejeiro cruelmente pejorativo. O enredo do romance trata das questões do êxodo, os horrores gerados pela seca, além da visão brutal e autoritária do senhor de engenho, representando a velha oligarquia. A Bagaceira tem intenção crítica social, descambando, às vezes, para o panfletário, para o enfático e demagógico. Para o autor, o romance procura confrontar, em termos de relações humanas e de contrastes sociais, o homem do sertão e o homem do brejo (dos engenhos). Aproximando o sertanejo do brejeiro, na paisagem nordestina, José Américo de Almeida condiciona os elementos dramáticos aos ciclos periódicos da seca, os quais delimitam a própria existência do sertanejo. Sob iluminação diferente, são postos em confronto, em A Bagaceira, os nordestinos do brejo e os do sertão. Brejeiros e sertanejos, submissão e liberdade, eram examinados com uma visão realista, se bem que, no registro das virtudes sertanejas possa notar-se, vez por outra, certo favorecimento (não intencional). O título desse romance denomina o local em que se juntam, no engenho, os bagaços da cana. Figuradamente, pode indicar um objeto sem importância, ou ainda, "gente miserável". Todos esses significados se podem mobilizar no entendimento de A Bagaceira, romance de ardor e violência, desavenças familiares, flagelações da seca.
O autor que, antes, estreara vitoriosamente no ensaio, deixa transparecer aprofundado conhecimento do ambiente e do homem paraibano, anotando pormenores, acentuando os traços mais definidores, integrado na paisagem e na estrutura social cheia de injustiças.