A ação humana nas organizações
1. O SER HUMANO TRANSCENDE A ORGANIZAÇÃO
A história que o ser humano vem traçando, ao longo de gerações, apresenta uma trajetória sinuosa, delineada por decisões antitéticas do tipo: conformar-se em coletividade ou manter a individualidade, como forma de responder às exigências ambientais; associar-se a grupos de interesse ou isolar-se, em ações autogeridas, para empreender novos rumos; submeter-se a hierarquias ou tornar-se marginal, para construir sua identidade; prender-se a costumes e tradições, cultuando o passado, ou soltar-se a cada dia, preparando o futuro; alienar-se, massificando-se em troca de segurança e conforto ou, criticamente conscientizar-se, arriscando-se a sofrer privações, embalado por utopias.
A própria noção de liberdade, ao ser analisada sob as perspectivas orientais e ocidentais, apresenta-se com duas faces:
Apesar das contradições e dilemas que o condicionam, o ser humano, enquanto sujeito político, histórico e cultural, transcende o âmbito das organizações, tornando-as partes de sua totalidade pessoal.
O homem, ao caracterizar-se como ser multidimensional, constrói-se na relação com outros, sem perder, no entanto, sua singularidade. Dentre as dimensões que lhe dão identidade, ressaltamos: a física, que lhe provê forma e suporte para inserir-se no espaço; a fisiológica, que lhe permite sintonizar-se com os fluxos e cicios das vidas vegetal e animal; a psíquica, que lhe dá referência e meios para sentir, compreender e atuar em seu cenário; a social, que lhe permite construir-se culturalmente, projetando-se no futuro, por meio de suas obras coletivas; a econômica, que o habilita a transformar os recursos da natureza e da sociedade em instrumentos, bens e serviços para sua sobrevivência e seu bem-estar; a política, que lhe permite superar limitações decorrentes de sua natureza bio-psico-social, lançando-o nos níveis simbólico e axiológico de sua existência. Nesse sentido "o anseio