A autocracia burguesa e o serviço social
O vínculo entre a autocracia burguesa e a renovação do Serviço Social, final da déc. 60 entrando para a déc. 70, no discurso e na ação governamentais, de- marcou um componente caracterizado como Serviço Social ‘’tradicional’’. Este componente atendia a duas necessidades distintas: preservar os traços mais subalternos do exercício profissional, de forma a continuar contando com um firme estrato de executores de políticas sociais, ao mesmo tempo, contrarrestar projeções profissionais conflituosas com os meios e os objetivos que estavam alocados às estruturas organizacional-institucionais em que inseriam os assis- tentes sociais. Um dos componentes das relações entre a autocracia burguesa e o Serviço Social operou para a manutenção das modalidades de intervenção e (auto)representações que matizavam a profissão desde o início dos anos 50. A força da inércia (potenciada pelos referenciais ideais do Serviço Social ‘’tradicional’’) no bojo da institucionalidade profissional, é um dos vetores que responde pela continuidade de práticas e (auto)representações profissionais.
Se, realmente, a autocracia burguesa investiu na reiteração de formas tradicio- nais da profissão, seu movimento próprio apontou, como tendência e factuali- dade, para uma ponderável reformulação do Serviço Social, justamente pela instauração daquelas condições novas. Tais condições vinculam-se à reorga- nização do Estado e às modificações na sociedade que se efetivaram, durante o ciclo autocrático burguês, sob o domínio do grande capital. Elas ferem o Ser- viço Social