A atuação da ONU na crise da Ucrânia
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
JÚLIA ANDRADE CAETANO
O PAPEL DA ONU NA CRISE DA UCRÂNIA
RIO DE JANEIRO
2015
1. INTRODUÇÃO
O mundo nem sempre esteve dividido em um sistema de estados separados como conhecemos hoje. A paz de Westfália – o fim da guerra dos trinta anos - inaugurou o sistema moderno atual, reconhecendo os Estados como atores internacionais independentes à vista de um sistema anárquico, surgindo com o conceito de soberania estatal. A política internacional e seus desdobramentos e relações entre membros pode ser explicada por diversas correntes - como os realistas ou liberais – e diversas teorias advindas a partir de suas premissas, contudo, a falta de exatidão em uma explicação do Sistema Internacional, hoje, caracteriza de forma mais verdadeira a mudança constante que o mundo vive atualmente.
Utilizando a visão de Joshep Nye em seu livro “Cooperação e conflito nas Relações Internacionais”, a percepção de que a política internacional é formada por indivíduos com comportamentos mutáveis a todo o momento ajuda a compreender a mudança ocorrida no Sistema Internacional que levou à criação das Organizações Internacionais, em especial as Nações Unidas, e as mudanças ao longo de seu desenvolvimento que levam presentemente a crise institucional de seu sistema. Criada em 1945 com o propósito de manter a paz e a cooperação entre as nações, a ONU é a resposta dos estados após a percepção de que, posteriormente a duas grandes guerras, o homem estava encaminhando-se para um caminho sem volta. A questão da paz mundial somou-se ao tema da segurança internacional e a Organização das Nações Unidas, após o fracasso da Liga das Nações, surgiu com a promessa de integrar os pontos positivos da Liga e aprimorar o que fosse necessário, tendo aceitação imediata contando com mais de 200 países membros antes mesmo de completar 50 anos de fundação. Dessa forma, a ética e a moral, mesmo não tendo participação única e