A “atitude contemplativa”: as críticas de lukács,
Teoria da História II
2o semestre /2012 – Prof. Dr. Jorge da Silva Grespan
Nome: Renain Machado da Silva No USP: 6838072 Período: noturno
A “atitude contemplativa”: as críticas de Lukács,
Benjamin e Adorno à experiência subjetiva da modernidade
* Introdução
O “marxismo ocidental” , apesar da pluralidade de perspectivas que o termo encobre, se caracteriza pelo interesse pela experiência subjetiva e pela estruturação da consciência no modo de produção capitalista. Partindo de uma concepção dialética e materialista da história, esses pensadores compreendem que o sujeito objetiva as condições concretas de sua existência, ao mesmo tempo em que é objetivado por elas – transformando-se ao passo que as transforma. Esse sujeito imanente e as categorias de sua consciência devem, pois, ser analisados a partir das relações de produção e do nível técnico da sociedade em que estão inseridos.
Com base nesses pressupostos, nosso estudo terá como enfoque o conceito de “sujeito contemplativo” de Lukács, tal como foi apresentado em seu trabalho História e Consciência de Classe de 1923, buscando sua repercussão em textos de Walter Benjamin e Theodor Adorno. O conceito, na medida em que sintetiza a estrutura do sujeito moderno, apresenta uma ampla possibilidade de interpretação e crítica da realidade, permitindo que cada autor aborde diferentes questões a partir dele, mesmo em circunstâncias bastante distintas.
* Lukács: o sujeito contemplativo na História
No ensaio O que é marxismo ortodoxo?, Lukács critica a falta de perspectiva dialética dos marxistas de seu tempo, que viam no materialismo histórico uma ciência natural da sociedade – neutra e objetiva. Isso implicaria, para Lukács, numa cisão absoluta entre o sujeito cognoscente e seu objeto de estudo, o que levaria a uma atitude contemplativa diante da realidade social, admitida, de modo conformista e desmobilizador, como um conjunto eterno e