A articulação entre a teoria e prática no momento do estágio na área da saúde
Margareth Bertoli Grassani
A recente transformação nas políticas de contratação no âmbito do trabalho tornou mais difícil e competitivo o ingresso de estudantes e egressos de cursos de graduação da área da saúde no mercado de trabalho.
Percebe-se um movimento nas Instituições empregadoras no sentido de aumentar as exigências de escolaridade dos candidatos, assim como, imporem novas habilidades e qualificações para preencherem as vagas existentes. Essas novas necessidades impostas pelo mercado geram incertezas e ansiedades na busca pelo estágio extracurricular e pelo primeiro emprego, tão importantes para a trajetória profissional dos alunos e egressos.
A situação do estágio extracurricular é muitas vezes a única oportunidade do aluno experienciar a prática, conhecer a realidade profissional e buscar na teoria explicações e soluções para desenvolver esta prática.
Percebe-se que o momento do estágio é de extrema importância ao aluno, pois ele tem a oportunidade de assumir a prática, participando de situações reais de trabalho.
A questão do estágio é discutida por Kuenzer (1993) abordando a formação profissional e analisando a relação entre o trabalho e o conhecimento.
Sob a ótica da referida autora, o trabalho pode articular teoria e prática como momentos inseparáveis do processo de construção do conhecimento e de transformação da realidade. E nesta linha de pensamento, acredita-se que o estágio pode fazer com que o aluno aplique os conhecimentos recebidos em sala de aula e busque na teoria a base para o desenvolvimento das atividades práticas.
Nessa perspectiva, afirma Kuenzer (1993, p. 123): “o estágio curricular e extracurricular tem sido a única janela, no mais das vezes uma pequena clarabóia, por onde saem os ares da teoria para encontrar os bafejos da prática, na tentativa, quase sempre frustrada, de buscar a reunificação da dialética rompida”.