A arte das letras
TÍTULO: A ENVERGADURA DO BAMBÚ
Hoje eu senti medo, um medo terrível de te encontrar e olhar em seus olhos depois de sete longos anos. Tudo estava bem, não fosse o sonho terrível que me fez levantar angustiada num sobressalto. É a minha sombra, é a tua sombra, imagem pavorosa que não me permite ser completa, memória que me faz viver pelas metades. Depois te tudo que eu fiz pra te esquecer e de todas as lágrimas que eu chorei. Todo meu sacrifício resultou-se em vão. Foi na juventude que eu descobri a relação entre o amor e o abandono, o amor e desamor. Meus sonhos eram baseados em tipo de plano; um plano perfeito com um mundo perfeito. Sonhava que seria sempre feliz e com você ao meu lado. Nada nada, pude ver que era tudo ilusão. Percebi que havia diferenças entre nós, diferenças que soavam quase como um insulto, um crime que eu nunca poderia reparar. Fosse como fosse, eu nunca chegaria a ser suficientemente boa pra, nem muito menos a imagem que se apresentaria sempre ao teu lado. Não sei fingir contentamentos. Doeram-me tanto essas dozes de realidade que eu cheguei a me odiar, passei a me sentir imperfeita e inferior. A tristeza me cegou e deixei de ver a beleza, a diversidade de cores, os caules verdes, dourados e até mesmo os de cores mais escuras. O desespero é pedra, sentimento duro e frio, solitário, incompreensível aquém se vê. Será que você me entende? Será que sabe como funciona um o organismo de um sofredor? . Eu como a planta busco o sol, a terra húmida e fértil regada de sentimentos. Não sinto prazer no vento gélido que me queima as fases. Ninguém; ninguém pode entender como sofre um coração que percebe diante dos seus olhos claramente que a felicidade se vai por entre os dedos; é como uma espécie de pesadelo, aqueles em que você corre, corre e nunca alcança. É a frustração, é estar atada de mãos e pés, é falta de ar... Agora eu vejo. Sim agora eu vejo! . Se eu lutei por esse amor é porque recebia teu incentivo,