A arte da guerra
Ensinamentos de A Arte da Guerra
PROFESSOR DE ADMINISTRAÇÃO EM XANGAI, NA CHINA, JUAN ANTONIO FERNÁNDEZ PROVA QUE O LIVRO DO FILÓSOFO-CONSULTOR SUN TZU CONTINUA IMPORTANTE PARA O GERENCIAMENTO DO SÉCULO 21, APESAR DE ESCRITO HÁ MAIS DE 2.500 ANOS
A China sempre foi terra fértil em pensadores. A maioria desses filósofos, em vez de se limitar a questões metafísicas, almejava encontrar caminhos para uma vida correta em sociedade. Não é de surpreender que os pensadores chineses tenham-se destacado em campos como sociologia, psicologia, ética e organização social: eles se dedicaram a procurar, investigar e prescrever modelos para uma vida social harmoniosa e organizada. Sun Tzu viveu por volta de 500 a.C., no Estado de Qi, atualmente província de Shandong. O termo “tzu” corresponde a um título honorífico usado pelos chineses da dinastia Chou (do século 11 até o ano 255 a.C.) para designar os filósofos e pode ser traduzido como “professor” ou “mestre”. Naquele tempo, o território chinês estava dividido em diversos Estados permanentemente envolvidos em disputas. Era um período de caos, com conflitos e rebeliões constantes, e que ficou conhecido na história chinesa como a época da Guerra dos Estados (475-221 a.C.). Foi durante essa fase que um grupo de estudiosos com conhecimentos sobre táticas bélicas e a organização do Estado percorreu o país, oferecendo orientação aos governantes dispostos a pagar pelo serviço. São os primeiros consultores de que se tem notícia na história. Entre eles, o mais famoso foi Confúcio –em chinês, Kong Zi. Sun Tzu pertence ao mesmo grupo de filósofos-consultores. Paradoxalmente, esse período de confusão social e decadência das instituições públicas correspondeu a uma era próspera para a China, com esplendor nas artes e na filosofia. Entre os muitos pensadores de sua época, Sun Tzu foi um dos poucos que tiveram seu trabalho preservado. Ainda hoje, 2.500 anos depois, seu tratado sobre a arte da guerra continua sendo editado