A aprendizagem no senso comum e no cientifico a partir dos estudos de piaget
O mundo presente se reconhece através de expressões como "sociedade do conhecimento" ou "sociedade da informação e da tecnologia". A ciência alcançou um desenvolvimento exponencial no século XX em todas as suas áreas. A revolução da microeletrônica, o desenvolvimento de novas fontes de energia e a revolução das biotecnologias alçaram a ciência à condição de um mito moderno. Assistimos a uma mistificação da ciência por muitos cientistas, que carecem da lucidez de reconhecer-lhe os limites. A preeminência do conhecimento científico é compreensível na medida em que seu poder e prestígio ressoam através dos artefatos tecnológicos produzidos por ele mesmo. Neste sentido, talvez os maiores difusores dos seus feitos sejam os meios de comunicação de massa.
Não sem problemas, a unanimidade da ciência torna-se cada vez mais discutível. A Filosofia e mais especificamente seus saberes, como a Epistemologia, a Teoria do Conhecimento e a Filosofia da Ciência têm lançado férteis reflexões sobre a natureza, os limites e possibilidades do conhecimento científico. Entretanto, o propósito da presente reflexão restringiu-se a demonstrar a necessidade do saber filosófico como instância de reflexão capaz de estabelecer uma visão holística do conhecimento, propiciando a compreensão de que existe um elo intrínseco às formas básicas de conhecimento que precisa ser racionalmente compreendido, de modo que a educação e a promoção da saúde possam ser repensadas para além do paradigma biomédico, cartesiano.
Pode-se ter a falsa impressão de que as discussões suscitadas conduziram a uma desvalorização da ciência em benefício do senso comum e da Filosofia, quando, na verdade, procurou-se resgatar o valor do senso comum, geralmente desvalorizado, na condição de forma básica prática e imprescindível do conhecimento