A “americanização” inicial de uma “República das Espadas”.
No período da República Velha, que durou da Proclamação da República até a tomada de poder por Vargas, há uma quebra de direcionamento da política externa conduzida até então pelo Império do Brasil. O viés europeu da monarquia é substituído pelo republicanismo americano e novas parcerias tomam forma. O texto de Francisco Doratioto “O Brasil no Mundo/Idealismos, Novos Paradigmas e Voluntarismo” fala sobre o assunto de forma simples e esclarecedora: O governo provisório de Deodoro da Fonseca, instaurado logo após a queda do Império, manteve as relações internacionais prévias, dessa forma evitando que o novo regime fosse contestado e auxiliando o reconhecimento do novo Brasil pelos outros Estados. A grande diferença foi o tratamento dado a duas questões: o litígio fronteiriço com a Argentina do território de Palmas/Missões e a participação na I Conferência Pan-Americana. O Império aceitou o convite para participar da conferência, mesmo não apoiando seus objetivos (união aduaneira continental, moeda comum, arbitramento obrigatório em divergências). A principal característica da diplomacia imperial brasileira era a manutenção de sua liberdade de ação externa, onde a aproximação com os EUA não significasse o afastamento da Europa. O governo republicano provisório mudou essas determinações, sua delegação na conferência foi instruída à aceitar o arbitramento e americanizar a imagem do Brasil, demonstrando aos EUA que o novo governo não prejudicaria as relações bilaterais e apoiaria a diplomacia norte-americana. Uma prova foi o Tratado de Reciprocidade, onde vários produtos americanos foram isentados de impostos de importação, enquanto apenas o café, o açúcar, o couro e o melado brasileiros tiveram a mesma medida nos EUA. Embora dificultasse o primitivo processo de industrialização do país, trouxe benefícios para o lado brasileiro, com o superávit comercial e o auxílio no combate