A adolescência na teoria de henri wallon
O estágio da puberdade e da adolescência é apresentado pela teoria Walloniana como última e movimentada etapa que separa a criança do adulto que ela tende a ser. Nessa fase ocorrem modificações fisiológicas impostas pelo amadurecimento sexual, provocando profundas transformações corporais acompanhada por desenvolvimento psíquico, marcado pela vinda de um fenômeno muito importante: o jovem adquire a posse da função reprodutora e a capacidade de exercitar a função sexual que vai efetivando-se ao longo do estágio da adolescência.
Conforme o autor, o jovem expressa seus sentimentos com o corpo todo. Por isto, mímicas, gesticulações exageradas tornam-se bastante freqüentes traduzindo a falta de habilidade para dominar todo o potencial de que o novo corpo é capaz. Através de brincadeiras, risadas, conversas em tom de voz elevado e muita movimentação que o jovem expressa o prazer em realizar determinadas atividades. Voltam a preponderar às funções afetivas; isto é, a construção da pessoa a sua identidade vai ocupar o primeiro plano. A vida afetiva torna-se muito intensa e toma um relevo que muitas vezes surpreende o adulto.
Na adolescência uma das características mais marcantes é a ambivalência de atitudes e sentimentos, resultante da riqueza da vida afetiva e imaginativa que traduz o desequilíbrio interior: alternam-se o desejo de oposição e conformismo, posse e sacrifício, renúncia e aventura. O jovem experimenta necessidades novas, ainda confusas; desejos poderosos e vagos o impelem a sair de si. O desejo de posse, de ter para si e de absorver em si o outro, convive com o desejo de se sacrificar totalmente por esse outro, e ambos representam o prelúdio de atração pelo sexo oposto.
O jovem inquieta-se para encontrar o ser ideal, o complemento da sua própria pessoa, que pode ser imaginário ou real, mais em todo caso é um ser dotado de méritos ou de atrativos desejáveis. Uma palavra, uma alusão, um gesto bastam para provocar